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Entrevista a... Ana Salgueiro

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P.S.: Ama-te
1-Quando começam a escrever já têm a história toda pensada ou vão deixando a imaginação fluir à medida que colocam as palavras no papel?
- Nunca defino o tema sobre o qual vou escrever, deixo a inspiração assumir o controlo. A mente pensa demasiado rápido, não há tempo para rectificar o que quer que seja, escrevo o que sai na hora, e depois sim, leio com calma.
Por acaso, agora que perguntas é curioso, a minha maneira de escrever não se baseia em definir temas e escrever. É o que surge na hora, a inspiração espontânea, mediante o meu estado de espírito, se aconteceu alguma coisa ou não, conversas que tive, ou algo que li.
É quase automático!
2- Se já têm tudo pensado, incluindo o final, alguma vez o altera porque sente que o curso da história está a ir em direções diferentes?
- Aqui posso responder sobre o facto de muitas vezes, quando ando a pesquisar pelas redes sociais se já existe algo parecido, então aí sim, mudo, apago ou mudo a ideia da frase ou texto.


Não gosto de escrever algo que já alguém publicou. Tenho sempre esse cuidado.
3- Alguma vez sentiu que já tudo foi inventado e contado?
- Há frases que por vezes coincidem com outras. Todos temos a nossa maneira de escrever, de expressar os sentimentos e pensamentos, por palavras, e às vezes acontece alguém publicar algo muito parecido.
Sei que muitos autores sobre a mesma dinâmica do que eu, o que difere é o facto de eu escrever sobre assuntos que são mesmo vividos por mim ou pelas pessoas que me rodeiam. São experiências e sentimentos reais, não há ficção, e isso acaba sempre por ajudar a diferenciar um pouco dos outros, que escrevem ficção.
4- Se sim, como supera esse sentimento sem se deixarem bloquear?
- Reformulo tudo, ou então apago e continuo a escrever. Não posso deixar que isso me bloqueie. Eu como não invento nada, ajuda um pouco a não bloquear, porque tenho sempre muito para escrever!

5- Quando tem que escrever, mas não tem ideias, o que faz? Onde procura inspiração?
-Por vezes, ver o feedback do instagram ajuda. Há fotografias que fazem querer escrever, surge logo de imediato alguma frase e começo a escrever. A fotografia é uma arte que ajuda imenso à inspiração. Arte essa da qual sou uma apaixonada!
6- Só consegue escrever quando há inspiração ou existe algum exercício que pratica para a convidar?
- Sento-me em frente ao pc e ligo a playlist. A música tem sempre uma forma de fazer com que a inspiração acorde. Também resulta em ver um filme ou série, e por vezes as ideias surgem de forma inesperada.
Mas há alturas em que nada faz acordar a inspiração, por vezes é mais o bloqueio em si, do que não ter ideias. Porque ideias não faltam, não faltam assuntos sobre os quais quero escrever, mas nem sempre consigo organizar da melhor maneira o pensamento, e dai surge os momentos em que bloqueio. Ai dou um tempo e não esforço, senão é pior e a frustração surge. É manter a calma, que o bloqueio acaba por passar.
7 – Quais são os novos desafios para as editoras e os autores que a atual pandemia vai trazer?
- O desafio é captar o interesse das pessoas para os livros. Fazer com que as pessoas queiram comprar livros, nesta altura é desafiante, pois não há lançamentos, não há lojas físicas abertas, não o contato com as pessoas. As pessoas quando compram livros de autores portugueses, querem autografados, querem lançamentos dos livros, querem a feira do livro. E tudo isso está off. Não há. As editoras têm que fazer um trabalho extra, primeiro para as encomendas chegarem a casa das pessoas, dentro do prazo estabelecido, para a linha da confiança não ser quebrada.
Neste momento as divulgações estão a ser feitas através de publicações nas redes sociais, através de directos, pois não há muito mais que se possa fazer neste momento.
O facto de a estabilidade financeira das pessoas também estar a ser afectada não ajuda pois vão ponderar onde gastam o dinheiro, no que realmente é preciso.
Tempos difíceis nos esperam, mas vamos acreditar que vai começar a melhorar, dia a dia.
8 – O que significa ter mais de 90 mil leitores na página de Facebook “P.S. Ama-te”?
- Significa que estou no caminho certo, apesar de muitas vezes duvidar de mim, do que escrevo, de achar que falta algo. É uma grande responsabilidade. Longe de mim pensar que um dia teria tantos seguidores na minha página, pois existem tantas outras parecidas com a minha. Sinto uma enorme gratidão por ter tantas pessoas que realmente gostam do que escrevo, por se identificarem, pela confiança que depositam em mim ao confiarem-me segredos e assuntos pessoais.
É estranho as pessoas terem este à vontade em falar de coisas que não falam com quase ninguém. E não deixa de ser uma responsabilidade, porque não são conselhos que são dados da boca para fora, são para ajudar, vão fazer alguma diferença na vida daquela pessoa, e por isso, tem que ser sempre tudo bem pensado.
Claro que fico muito feliz por ter uma página onde as pessoas se sentem bem, onde roubo alguns sorrisos, limpo umas lágrimas, e transmito otimismo e força.
Foi tudo muito inesperado, e para alguém que adora estar no seu canto, passar despercebida, isto abriu portas que eu não estava à espera, mas a verdade é que tenho crescido imenso com esta página, pois tem-me ajudado a desfazer muros que eu própria tinha criado em mim.
É um cantinho de todos os dias, para todos os momentos.
9 – Publicaste em 2020 o livro “P.S. Ama-te”, como foi o processo e o que sentes de ver o teu trabalho em papel?
- O processo foi inesperado, porque estava a escrever uma série de textos para depois enviar para as editoras, só que o processo foi ao contrário. Surgiram convites das editoras, o que me deixou sem palavras e muito feliz. O processo do livro “P.S.: Ama-te” foi engraçado, fui convidada pela editora Cordel D’Prata para escrever uma review do livro do Diogo Simões, e senti-me honrada por tal convite. O que não esperava era que depois ia surgir o convite de realmente escrever um livro meu. A partir daí, tudo correu bem, enviei o manuscrito, vi as possíveis capas do livro, e a minha felicidade era imensa. Até que surgiu o dia, o livro existia, estava à venda para quem o quisesse. Mal chegou o meu a casa, chorei de felicidade, os sonhos concretizam-se. Sinto-me realizada e feliz, muito! É bom saber que as pessoas podem ler os meus textos, sublinhar o que mais gostam, reter ideias, e para acima de tudo começarem a valorizar muito mais o amor próprio, pois é disso que o meu livro fala. Não podia estar mais feliz, porque mesmo estando todos nós a viver uma pandemia, o meu livro foi publicado!
10 – Uma mensagem que queiras partilhar e um conselho para novos autores.
- Não desistam de escrever, não pensem que há sonhos impossíveis. É possível, é possível publicar um livro, trabalhem todos os dias, escrevam nem que seja só uma linha por dia. Não escrevam para os outros, não escrevam para ter muitos likes, muitos seguidores, escrevam para vocês, de forma a transmitirem o que tanto querem às outras pessoas.
O caminho não é fácil, há dias maus, mas até esses dias têm alguma inspiração escondida. Escrevam com paixão, sendo vocês mesmos, e nunca pensarem que não são capazes, porque são!

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